Crítica “Injustice 2”
As imagens são dos sites https://hdqwalls.com/ e https://www.injustice.com/.
Todos os direitos pertencem a Netherrealm
(http://www.netherrealm.com/).
Texto escrito por: Rodrigo Lopes.
A Netherrealm
merece os parabéns: seja você fã de jogos de luta ou não, é impossível negar
que o estúdio foi responsável pelos melhores jogos de luta dos últimos anos.
Mortal Kombat conseguiu se tornar o melhor da série, e o primeiro Injustice fez
muito sucesso e virou outro multiverso da DC. E agora temos Injustice 2, que
conseguiu superar todos esses. O mais impressionante é ver o respeito com os
jogadores ao trazer um jogo completo e com conteúdo, uma atitude que a Capcom
já deveria ter aprendido. É verdade que temos personagens que ainda estão vindo
vinha DLCs, mas é uma prática comum hoje em dia, o que importa é que tem modos
de jogos o suficiente para se divertir, ao invés desses serem vendidos a parte,
como já aconteceu com outros jogos. É só uma pena que o preço dos games sejam
muito altos aqui no Brasil, o que me fez demorar a comprar o jogo, e por isso essa
análise está atrasada. Mas isso não tem nada haver com a qualidade do produto
que é um dos melhores jogos de luta dos últimos anos.
A parte mais
legal em um game de luta é sua parte online. Nada é melhor do que competir com
outros jogadores ao redor do mundo, cada qual com suas habilidades, além de
servir como um incentivo para melhorar e aprender novas técnicas. Porém, ainda
assim, é um erro ignorar a parte offline, algo que muitos jogos do gênero
cometem, pois afastam e diminuem o tempo de jogo daqueles que preferem um
conteúdo single player. Eu sou o tipo de jogador que gosta de jogar bastante
offline antes de me aventurar nos modos online, e sou capaz de passar muitas
horas aproveitando o máximo que é que oferecido, para aprimorar minhas habilidades
e não apanhar tanto dos outros. Esse foi um erro que Tekken 7 cometeu, e me
incomodou bastante, como escrevi em minha análise (https://stayatnight-uaw.blogspot.com.br/2017/09/critica-tekken-7.html).
Felizmente, Injustice 2 é lotado de conteúdo single player de qualidade.
Antes de
iniciarmos o modo história, somos apresentados a um bom tutorial, bem explicado
e que passa o básico de uma maneira fácil de compreender, além de mostrar as
novidades do jogo em relação a seu título anterior. Uma coisa que chama a
atenção e que são adições ótimas aos jogadores hardcore é novos modos de se
defender de seu openente, seja no chão ou no ar, dando um leque de
possibilidades maior. É possível perceber desde o início que esse jogo tem uma
profundidade maior, ainda que parecido. Aliás, é um jogo divertido e acessível
pra todo tipo de público, mas que recompensa aqueles que têm paciência para
treinar e evoluir. Cada lutador tem uma gama de golpes única e cada um oferece
chances de estratégias diferentes. Não existe um melhor que outro, apenas
aqueles que se destacam em partes específicas, como ataques a curta distância
como exemplo, mas todos também tem suas desvantagens. Isso torna cada nova
batalha um desafio, e tudo fica mais empolgante, além de, novamente,
recompensar aqueles que têm paciência para decorar o estilo de luta de cada
personagem. A fluidez é impressionante, e os novos personagens acrescentam
muito. Infelizmente, ainda temos aqueles personagens que podem tornar a luta
injusta, como Pistoleiro e Ciborgue, que podem vencer muitas batalhas apenas
atacando a distância, repetindo o mesmo comando até o fim. Poderia haver um
limite pra algumas dessas habilidades, que podem irritar se você pegar uma luta
com um jogador que só sabe ficar atirando ou soltando projéteis do outro lado
do cenário. Existem opções de rebater isso, e são poucos os lutadores assim,
então isso não afeta tanto quanto no seu antecessor, mas ainda pode quebrar o
fluxo da batalha vez ou outra. Apesar disso, o sistema de combate é bem
balanceado e funciona muito bem.
Indo para o modo
história, é um excelente meio de começar o game: que roteiro empolgante! Somos
apresentados a uma cena inicial impactante, onde já nos é mostrado uma das principais
personagens da história, Kara Zor-El, e logo em seguida vamos para o primeiro
capítulo, que mostra um flashback que, embora não seja de grande importância,
serve para nos fazer lembrar como tudo começou, além de ser bem escrito. Uma
coisa que gostei nesse jogo é que ele me fez questionar qual lado eu gostaria
de ficar, sendo que no original eu pendia facilmente para o Batman. Aqui não, às
vezes eu achava que estava do lado do morcego, outras que estava do lado do Kryptoniano.
E isso se deve devido ao foque mais dramático, que coloca os personagens em
situações que os puxam ainda mais para o limite. Superman está mesmo errado em
querer matar aqueles que prejudicam a vida de inocentes? Ou devemos nunca ir
para esse caminho, ainda que causemos traumatismo crânio nos inimigos (como
citado por Robin, aqui Damian, filho de Bruce Wayne)? E tais opiniões
diferentes do que fazer é colocada à prova em vários momentos. É verdade que
Superman passa dos limites, mas o mesmo pode ser dito do Batman. Pessoalmente,
eu concordo com os dois lados, acredito que não existem certo ou errado em
questionamentos como aqueles. E tudo piora ainda mais com a inevitável chegada
de Brainiac ao planeta. Seres com dilemas diferentes vão ter que juntar forças
para derrotar um inimigo em comum, mas será que um pode confiar no outro? Todos
os personagens tem tempo de tela e, embora o destaque sejam Batman, Superman e
Supergirl, os outros também têm seus bons momentos, ainda que curtos. É tão
empolgante que chega um momento que você não tem vontade de parar até chegar ao
final. E como o jogo lhe dá a chance de, em alguns momentos, escolher com qual
personagem lutar, fica a vontade de voltar a esses momentos apenas para ver as
diferenças. Pouca coisa muda, e não costuma valer muito a pena, exceto pelos
momentos finais, que carregam um peso emocional maior. Eu não sei dizer qual
final gostei mais (sim, existem dois finais), cada um transmite um sentimento
diferente, então não acho que um seja melhor que o outro. Enfim, uma história
digna das HQs.
Mas, como havia
comentado no começo do texto, é um jogo com muito conteúdo, então não bastaria
um excelente modo história, ainda que mais longo que o do seu antecessor. O que
mais chama a atenção é o Multiverso, onde é possível participar de eventos específicos
que podem trazer modificações diferentes para a batalha (como o Halloween, que
estava aberto quando iniciei). Aqui, em um desses multiversos, você pode também
conseguir vários finais diferentes para cada um dos personagens que, embora não
seja grande coisa, acrescenta um bom tempo de jogo a mais, além de permitir
conhecer como é jogar com outros personagens. Jogando no Multiverso, você
consegue caixas maternas que contém itens para personalizar seus personagens e deixa-los
mais fortes (algo necessário para completar alguns dos eventos). Eu confesso
que fiquei um pouco receoso quando foi anunciada a possibilidade de personalizar
os lutadores, mas da forma como foi feito aqui, funcionou muito bem. E o legal
é que isso não deixa as lutas online desbalanceadas, pois é possível jogar sem
as modificações pra quem quiser uma luta mais justa.
E por falar no
modo online, ele funciona muito bem. Os modos de jogo são básicos: lutas por
ranking, aquelas mais casuais e que não afetam seu ranking e o Rei do Pedaço
(tudo com ou sem modificadores), mas funciona tão bem que o fato de ser comum
não incomoda. Verdade seja dita, o online é o principal aspecto replay de um
jogo de luta, então ele deve ser bem feito. E aqui, ele é, e as lutas rodam
quase que com perfeição (às vezes dá uns problemas de lag, mas é muito raro).
Enfim, outro modo excelente.
Antes de ir pra
conclusão, eu gostaria de fazer uma confissão: os troféus desse jogo parecem
que foram pensados apenas para dar um tempo de vida maior para o jogo. É óbvio
que isso é algo totalmente opcional, e ir atrás da platina é uma escolha, então
isso não vai afetar a média do jogo. Eu só gostaria de falar isso mesmo, pois
concluir 100 Multiversos, 200 batalhas online, e evoluir todos os personagens
até o nível máximo (além de completar dezenas de batalhas e conclui-las de modo
específico) é uma tarefa árdua não pela dificuldade, mas pelo tempo necessário.
Até o momento, estou me divertindo com o jogo, então continuo, mas não sei até
quando minha paciência vai durar, e no momento que eu estiver me frustrando,
pararei com a jornada em busca da platina desse jogo. Eu vejo os troféus como
forma de se divertir ao completar determinados desafios, além de serem
conquistas gratificantes e causarem uma ótima sensação de vitória, mas ver que
uma platina é rara por ter troféus como esse, ao invés de pela dificuldade, é
algo que merece no mínimo um comentário como esse que fiz.
Enfim, é um jogo
muito bom, um dos melhores do gênero nos últimos anos. Seja você fã de games de
luta, da DC, ou mesmo de história épicas e envolventes, compre esse jogo. Ele é
muito divertido e as lutas estão melhores e mais fluidas do que nunca. Ele tem
conteúdo single player de sobra, e tem um excelente modo online. Como disse no
começo do texto, a Netherrealm realmente merece os parabéns.
Conclusão: Ruim Mediano Bom Muito bom Excelente
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