Crítica de “Mahou Shoujo Madoka★Magica: The Different Story”
A primeira imagem é do site http://adala-news.fr/2013/04/le-manga-madoka-magica-the-different-story-licencie-en-france/
e o restante do https://myanimelist.net/.
Todos os direitos pertencem ao grupo Magica
Quartet (Site oficial da série: http://madokamagicausa.com/).
Texto escrito por: Rodrigo Lopes.
Madoka Magica
sempre figurou entre os meus animes favoritos. A obra escrita pelo excelente
Urobuchi Gen começava bem lenta e genérica, mas rapidamente se tornou sombria e
madura, cheio de momentos emocionantes e vários deles imprevisíveis, com ótimos
personagens. Porém, ainda que bem desenvolvida e planejada, seu roteiro tinha
problemas, tais como situações de grandes coincidências e momentos que o faziam
lhe questionar como determinados personagens conseguiram fazer o que fizeram.
Mas nenhum desses defeitos se compara ao mal aproveitamento de personagens
específicos: Mami e Madoka. Há quem diga que Kyouko não tenha importância e
também figure nessa lista, mas eu discordo. Quanto a Mami, é uma boa personagem
e responsável por um grande momento, mas tem uma curta participação. Já Madoka é
uma das protagonistas mais chatas que já vi, não conseguindo envolver ou ser
tão interessante quanto o restante do elenco, o que, para aquela que possui o
maior tempo de tela, é algo quase que imperdoável (mas isso é apenas minha
opinião). The Different Story está aqui para tentar mudar alguns desses
aspectos e é um mangá que serve como um spin-off, que conta com mais detalhes
certos acontecimentos e transforma Mami e Kyouko nas protagonistas. É
basicamente uma linha do tempo diferente (aqueles que assistiram ao anime sabem
o que isso significa) e consegue envolver, mas fica a sombra da obra original.
Que fique claro:
essa não é uma história para novatos na série. Na verdade, fica evidente que o
roteiro foi escrito para leitores que viram todos os 12 episódios do anime. Não
espere ver um grande desenvolvimento por parte dos personagens secundários,
você terá que os conhecer bem para poder aproveitar o papel proposto a eles. As
estrelas da vez são Mami e Kyouko, e, nesse quesito, o enredo acerta em cheio.
A história mostra como elas se conheceram e vai a fundo no relacionamento entre
elas, que é o principal motor da história e responsável pelos mais envolventes
momentos. Temos a chance de conhecer melhor Mami e ver mais do que está atrás
de sua personalidade bondosa e carinhosa, nos fazendo gostar mais dela e criar
uma empatia maior. Já Kyouko tem um desenvolvimento muito parecido com o anime,
mas com mais tempo para brilhar e com mais detalhamento em sua jornada,
tornando-a mais complexa e fazendo sua trágica história parecer ainda mais
pesada e triste, fazendo com que a mudança em seus atos seja mais crível. O
encontro dessas duas personalidades tão diferentes acarreta em alguns momentos
divertidos, e outros tristes conforme são puxadas ao limite. Porém, isso é algo
que, apesar de ter grande importância no primeiro volume, é um pouco deixado de
lado em sua metade e passa a se desenvolver de maneira lenta demais, e só é bem
explorado novamente perto do fim da história.
Se as
personagens principais são, em boa parte das vezes, o destaque, é um pouco
frustrante o quanto seus personagens secundários são deixados de lado e muito
mal desenvolvidos. Pior, ao o roteiro tentar focar nas demais garotas mágicas,
além de atrasar o desenvolvimento do que tinha de melhor, ainda falha em trazer
a emoção necessária. Madoka é tratada como se não existisse e, embora eu não
goste da personagem, seus momentos finais soam forçados e sem graça devido a
isso, atrapalhando um final que poderia ser perfeito. Sayaka já tem uma
importância maior na história, e é uma das partes responsáveis pelo
desenvolvimento de Mami e Kyouko, mas sua jornada não convence desta vez, e
fica difícil se importar com qualquer coisa que acontece a ela, mesma com o
potencial, fazendo com que inevitáveis acontecimentos sejam completamente
desperdiçados (e olha que a considero a segunda melhor garota mágica no anime).
E os que estão em um nível abaixo delas são pior ainda, com figuras que
aparecem do nada, sem nem serem apresentadas. Eu sei que elas não são o foque,
mas em uma série na qual o anime conseguiu dar o destaque certo pra todos os
personagens, fica a sensação de desapontamento do mangá não conseguir a mesma
proeza. A única personagem secundária que se salva é Homura. Sempre a achei a
melhor personagem da franquia, e aqui ela aparece pouco, mas convence em cada
frase dita, não tirando o brilho de suas protagonistas, mas não ficando pra
trás ao mesmo tempo. É só uma pena que tudo referente a elas aconteçam tão
rápido.
Uma parte que
merece menção é sua arte. É muito bem desenhada, mesmo nas cenas de ação, que
poderiam ser difíceis de acompanhar considerando tudo que acontece, mas foi
lidado com muito capricho e torna o acompanhamento das cenas ótimo de se ver.
Em resumo, é um bom mangá, e fãs da Mami e Kyouko devem ler com obrigatoriedade.
É envolvente, sem dúvida, mas está muito abaixo da emoção causada pelo anime, e
não é tão imprevisível quanto.
Conclusão: Ruim Mediano Bom Muito bom Excelente
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