One Piece: Porque há um amor tão grande em relação á ele?
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One Piece (https://one-piece.com/) pertece
à Toei Animation (http://www.toei-anim.co.jp/)
no Japão e à Panini (http://loja.panini.com.br/)
no Brasil. Eiichiro Oda foi quem escreveu a obra. Apenas o texto é de nossa
propriedade intelectual.
Texto por: Luiza Lopes
One Piece é um
dos animes mais famosos e amados pelo público japonês, além de ser o mangá mais
vendido da história da Shonen Jump, e teve grande destaque no ocidente. Seu
protagonista descompromissado e alegre trouxe uma relação
personagem-telespectador muito próxima e até mesmo, representativa. A pessoa
que assiste se sente representada e dentro da tripulação do chapéu de palha, ri
com as situações como se risse em um grupo de amigos de sua vida pessoal, e
chora quando há a tristeza de um personagem. Eiichiro Oda com certeza,
conseguiu trazer no universo de One Piece uma relação entre seu público e seus
protagonistas muito forte e durável, fazendo com que mesmo depois de 750
episódios, o povo japonês ainda acompanhasse seu trabalho. Mas o que fez isso
acontecer?
Bom, uma das
primeiras coisas a serem elogiadas pelo mestre Oda ou Oda-chi*, é seu
comprometimento com o trabalho e com a audiência. Apenas em um momento do mangá
de One Piece houve hiatos, e foi quando o mestre estava doente, em 22 de maio
de 2013 - gostaria de citar aqui também, apenas como fonte de comparação, Yoshihiro
Togashi, famoso por seus hiatos intermináveis. É triste não vermos o fim de uma
obra que gostamos muito, e o hiato, além de mostrar o descompromisso do autor,
dá de cara com o perigo da ocorrência do abandono da obra um dia. Totalmente ao
contrário de Togashi, Oda chegou até mesmo a negligenciar a própria saúde
algumas vezes, por conta do mangá. Não estou dizendo que é correto deixar sua
amigdalite se tornar um abscesso peritonsilar para se dedicar apenas ao
trabalho, mas todos nós temos que concordar que o Oda faz muito pelo mangá, e
ama muito seu trabalho. É preocupante, mas há algo muito bonito no coração do
mestre.
*Eiichiro Oda contou em uma sessão da SBS que prefere ser
chamado de Oda-chi/Odacchi do que mestre Oda ou Oda-sensei.
(Oda sentando igual o L, de Death Note. As vezes fico
imaginando se ele senta assim para poder pensar melhor também...)
Todos nós que
assistimos One Piece sabemos também que a arte do anime não é exatamente a mais
bonita, e a do mangá não é exatamente a mais proporcional. Mas isso é uma coisa
que me encanta desde que eu comecei a assistir... Como pode ter tantos fãs e
ser tão famoso se não tem uma qualidade generosa de imagem e o plot nem mesmo
sendo original? O mangá, desenhado maior parte pelo Oda, é muito detalhado e
até bonito, embora também não seja proporcional. Mas tudo bem, é o estilo do
desenho do mangaká, já que ele gosta de trabalhar com o mínimo de assistentes
possíveis, assim pode desenhar a maior parte, é compreensível. Na verdade, eu
diria que os poucos defeitos de One Piece são sua arte mal feita (no caso do
anime) e o exagero do fanservice que tem ocorrido desde o timeskip. Acho que
jamais poderemos criticar duramente o modo que a história é dirigida, fora seu
tamanho. E esse é o ponto forte da série, o desenrolar lento mas extremamente
conciso.
Todas as peças
se encaixam, além de ser impressionante o fato de que o mestre Oda tenha sido
capaz de criar uma sociedade exatamente igual à nossa, mas totalmente
diferente. Calma, deixe-me explicar.
Os personagens
não são nem um pouco reais, o mundo é irreal. Mas ao mesmo tempo tão falso, os
mesmo problemas que existem na vida comum existem no anime. Como eu disse na
análise de personagens do Law, Doflamingo e Corazón (Link para o post: https://stayatnight-uaw.blogspot.com.br/2017/09/analise-de-personagens-trafalgar-law_11.html)
,
Karl Marx dizia que todas as coisas que acontecem na superestrutura (no
convívio social) é um reflexo da infraestrutura (economia). E isso é mais do
que possível provar, é ciência social. O mesmo pode ser mostrado quando
assistimos One Piece, com cenas visíveis de preconceito e discriminação altíssimas,
e todas por conta de um sistema falho, por conta de pessoas que querem sempre
mais e mais poder. É triste, mas ver esse tipo de representatividade num shonen
não muito maduro é muito bom. Os problemas sociais são mostrados de forma sutil
no início, e vão ficando mais duros e escancarados depois. É como se Oda
tivesse pensando no crescimento de uma criança: ela começa a assistir One Piece
numa época que não é muito capaz de assimilar e entender as coisas, quando o
anime ainda é leve e aventuroso. À medida que ela vai crescendo, ela vai
entendendo o universo da série e o mundo à sua volta, fora da televisão.
Também, pudera, 20 anos de exibição nas TVs japonesas, não poderia ser
diferente.
É algo engraçado
quando os fãs imaginam trinta mil coisas sobre uma obra e criam headcanons
mirabolantes para ela, e na maioria das vezes, está errado. O autor nem quis
dizer tudo isso com a obra dele, mas os fãs continuam escrevendo sobre. Talvez
eu seja esse caso de fã que cria coisas do nada, visto que eu acabei de criar
uma teoria do que Eiichiro Oda pensa sobre sua obra. Enfim. Eu não posso negar
isso. Afinal, esse é o anime que meu husbando master existe.
Enfim, ninguém pode negar que o anime é um dos mais emocionais que existem, e que vão fundo em seu coração, justamente por ter um desenvolvimento lento e gradativo. A história é bonita e real, como eu contei acima, e os personagens são palpáveis, humanos e ao mesmo tempo, inumanos - infelizmente eu não tenho como provar isso sem contar spoilers. Para qualquer um que pense em assistir One Piece, vá com o coração e a mente aberta, sem achismos, e tenha paciência. Acredite, vale muito a pena.
Aliás, uma notícia para quem acompanha One Piece: dia 11 de
outubro a One Piece Ex (Link externo: https://one-piece-x.com.br/)
vai colocar ao ar o episódio de uma hora de One Piece. Depois de 11 anos, vamos
ter um episódio duplo! O último foi no arco do Enies Lobby (que inclusive foi
memorável). Será que esse novo episódio vai ser tão bom quanto?
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