Expectativas para “Fate/stay night Movie: Heaven's Feel - I. Presage Flower”

As imagens são do site: http://www.fate-sn.com/. Todos os direitos dessas pertencem a ufotable (http://www.ufotable.com/).
O visual novel é da Type-Moon (http://typemoon.com/).
Texto escrito por: Rodrigo Lopes.


      “Fate/Stay Night” tem uma relação de amor e ódio com fãs da série e animes em geral. Enquanto muitos que não conheciam a série podem ter gostado do anime na época (que tem um visual que é bonito mesmo nos dias de hoje), aqueles que conhecem o visual novel, a qual o anime é baseado, criticaram por não ser muito detalhado e não conseguir dar o destaque correto para os personagens, com muitos diálogos mal feitos, culpando o estúdio Studio Deen (que mais tarde voltaria para a série adaptando a segunda rota do visual novel, “Unlimited Blade Works” em um filme que, mais uma vez, não foi tão bem recebido). Mas, independente se você gostou ou não das adaptações, é inegável que a série tem muitos fãs, então uma nova tentativa pra adaptar o jogo em formato de anime poderia acontecer. E aconteceu. Mas, antes dessa adaptação do jogo, foi feita uma adaptação do manga “Fate/Zero”, escrita por Urobuchi Gen, que se passa antes dos acontecimentos da história original. A adaptação ficou a cargo do estúdio ufotable, e foi extremamente bem recebida, entrando em qualquer lista dos melhores animes de 2011 (sendo que sua segunda temporada, que finalizava a história, mais uma vez entrou nessas listas, com um dos melhores de 2012), agradando fãs do jogo e atraindo novos (incluindo eu).

      Com uma história sombria e madura, eu me apaixonei de cara. “Fate/Zero” não só continha ótimos diálogos, como também cenas de ação incríveis (a primeira luta entre a Saber e o Lancer é inesquecível). Todos os personagens têm seu destaque e importância na história, e a música de Yuki Kajiura é épica e emocionante (não a toa considerada uma das melhores compositoras de música em animes), sem contar a bela arte. Depois que terminei a segunda temporada, eu tinha que pesquisar mais a respeito, saber mais sobre a série, saber o que eu precisava ver em seguida (já que a história, obviamente, não tinha acabado). Minha próxima escolha seria entre três animes: a primeira adaptação de Stay Night, ou uma das duas de Unlimited Blade Works. Ao ver os comentários, vi que a segunda adaptação de UBW provavelmente seria o melhor caminho a seguir. E foi o que eu fiz. Só que...

      Vou ser bem sincero: eu me decepcionei. Quer dizer, o prólogo já tinha um tom bem diferente de Fate/Zero, mas ainda assim gostei por causa da dinâmica entre a Rin e o Archer, que fez com que o episódio especial passasse voando. Mas o resto foi... Bom, apenas bom. Eu gostei da maioria dos personagens, mas não fiquei realmente intrigado à trama da mesma maneira. O protagonista, Emiya Shirou, não era um personagem tão interessante quanto Kiritsugu, e, se por um lado eu fiquei extremamente cativado com a Rin, por outro um dos meus personagens preferidos de FZ, Kotomine Kirei, apareceu por muito pouco tempo e a última cena do personagem me deixou bem frustrado. E a música não era ruim, mas também não era no mesmo nível (nada contra Fukasawa Hideyuki, mas, pra mim, ele não é como a Yuki Kajiura). Vai ver eu estava com uma expectativa alta demais, e não consegui aceitar que era diferente. Assistindo uma segunda vez, eu vi que era realmente bom e que talvez eu tivesse exagerado, mas ainda assim não me satisfez.

      Tendo terminado UBW a primeira vez, decidi ver o “Fate/Stay Night” original, a primeira adaptação, e ver se era tão ruim quanto muitos dizem. E... Não era. Ok, não vou dizer que é uma obra-prima, e confesso que muito do que falam sobre está certo, mas também tem seus pontos positivos. Como anime e obra, UBW é melhor, muito melhor, com diálogos muito mais bem escritos, mas o caminho que a trama da rota Fate seguiu me agradou mais. Surpreendentemente, me satisfez um pouco mais. Eu mesmo não sei bem explicar o porquê. Assisti uma segunda vez depois, mas não senti a mesma sensação que a primeira vez, e seus defeitos pesaram mais (ainda que eu o defenda e não o veja dispensável como muitos dizem). Ainda assim, fiquei com vontade de ver mais, queria ver algo que pudesse rivalizar com FZ, que me trouxesse aquela mesma sensação de surpresa, o mesmo nível de envolvimento, que me satisfaça emocionalmente. E é isso que mais espero de Heaven's Feel.

AVISO, POR FAVOR, LEIA.

      Antes de continuarmos, vale dizer que o texto a partir daqui terá spoilers das adaptações de “Fate/Zero”, “Fate/Stay Night” e “Unlimited Blade Works”, portanto, não prossiga se ainda não viu algum desses animes, para não estragar sua experiência. E por falar em spoilers, peço, por gentileza, que não comentem spoilers de Heaven’s Fell, pois não li o visual novel justamente para ter o máximo possível de surpresas (mas pretendo, depois que terminar a trilogia de filmes, para ter uma visão mais detalhada, mas só depois). Tendo dito isso, vamos continuar.


      Poucas séries de anime e fantasia têm uma premissa tão interessante com tantos personagens tão cativantes quanto a que nasceu no visual novel desenvolvido pela Type-Moon, Fate/Stay Night. A série está repleta de personagens realmente incríveis. Como se esquecer do carisma de Toosaka Rin? Da arrogância e o poder de Gilgamesh? Da busca de Kotomine Kirei em descobrir o propósito de sua vida? Ou da nossa sempre amada Artoria Pendragon, também conhecida como Saber? Ou mesmo da reviravolta ao descobrir a verdadeira identidade de Archer? A série sempre foi imprevisível, e isso a torna empolgante de acompanhar. Mas, se por um lado é tudo isso, por outro, seu prequel, Fate/Zero, ao conseguir ser muito melhor (ao menos a adaptação do anime), fez com que todas as adaptações de Stay/Night ficassem a sua sombra. A primeira vista. Sem preconceitos, e analisando a obra pelo que ela quer me entregar, eu admito: Unlimited Blade Works é muito bom. Ele é muito bem escrito, descobrir que o Archer é na verdade o Shirou é surpreendente, e eu até aceito aquele final ridículo do Kirei pelas mãos do Lancer (levando em conta que, pelos comentários que li, ele vai ter muito destaque no Heaven's Feel, estando até como um dos personagens principais) e sua parte técnica é ótima, na maior parte das vezes. Mas não dá pra mudar o fato de que ele tem um tom muito diferente de Fate/Zero. No geral, preserva um clima mais divertido, com alguns momentos tristes, e não o contrário. Não que isso seja uma coisa ruim, mas foi o que fez me encantar com a série. Gosto mais de obras mais sombrias, que te envolvam de uma maneira emocional forte, e que te causem algum impacto em sua vida. E eis outro dos motivos por eu estar ansioso por Heaven's Feel: seu tom vai ser mais serio e sombrio e, pelo que ouvi falar de quem jogou o visual novel, é tão bom quanto Fate/Zero.

      Existem vários pontos que me deixam curioso, e tem muitas coisas que quero ver nessa trilogia de filmes, mas creio que nenhuma dessas se equipara a vontade de descobrir mais sobre Matou Sakura. Sendo a principal motivação de Kariya em Fate/Zero, pouco se sabe sobre suas verdadeiras emoções, sobre quais tristezas ela esconde por trás daquele sorriso. Sabemos um pouco sobre seu passado graças a FZ, mas só isso. Ela não teve real destaque em nenhum dos dois Fate, mas considerando que aqui ela está como uma das personagens principais, não consigo deixar de ficar na expectativa. E esse simples fato abre espaço para mais dois personagens ganharem mais destaque: Matou Zouken e Shinji. Esse último já apareceu bastante tanto na rota Fate quanto UBW, e é um personagem feito pra ser detestável (proeza atingida com sucesso, diga-se de passagem), mas Zouken não apareceu uma vez sequer em Stay Night até agora (por um momento, pensei que ele até já estivesse morto na história). Estou curioso pra ver quais surpresas aguardam.


      Outra coisa que me incomodou muito na série Fate/Stay Night até agora (principalmente em UBW) foi a curta participação de um personagem que gosto muito: Kotomine Kirei. Em Fate/Zero, ele é o responsável por algumas das cenas mais violentas, e sua procura atrás do que lhe dá prazer chega a ser filosófica em alguns momentos (os diálogos dele com Gilgamesh são a prova disso). Sua satisfação, porém, está no sofrimento de outros, então ele não se importa em mentir e matar para ter essa sensação, conseguindo ser tão cruel quanto o próprio Rei dos Heróis. Além de ter conhecimento em várias artes, ele é um estrategista, e age sempre com cautela. Sua morte em UBW pode ter dado um destaque maior para Lancer, mas diminuiu a verdadeira ameaça que ele é. Conheço a história de Cú Chulainn (nome verdadeiro do Lancer), e sei o porquê daquela cena, mas isso não me deixa menos decepcionado. Kirei já provou ter conhecimento da história dos servos, como a Caster durante a cena em que ela invade sua igreja. Então, ele não deveria saber que Lancer, seu servo, não morreria tão facilmente? Foi um ato descuidado, que me pareceu um pouco forçado, com uma cena que não convenceu com bons argumentos. Mesmo no F/SN original, ainda que ele estivesse na batalha final, perder pro Shirou daquele jeito, sem nem dar tempo de tentar desviar? Comparado a luta dele contra o Kiritsugu em FZ, acho que, ainda que ele esteja mais velho, deveria ser capaz de desviar daquele ataque. Naquele momento e rota, Shirou não estava tão poderoso quanto em UBW, então achei um pouco sem sentido, ainda mais considerando que Kirei conseguiu escapar de Caster na rota seguinte. Mas muitos comentários de quem jogou o visual novel falam sobre ele e de seu destaque em Heaven's Feel, então mal posso esperar pra ver essa que deve ser a rota que faça justiça ao que o personagem representa.

      Ainda tem muito mais que desejo ver, como o quão importante vai ser o papel de Rider (já que tanto se fala dela nos comentários), ou sobre o outro lado da Saber, sobre o outro Assassin, e por aí vai. Mas, são coisas que apenas o tempo dirá, e tudo que podemos fazer é esperar.

      Eu sei que colocar tanta expectativa em uma obra é perigoso. “Quanto maior a expectativa, maior a chance de decepção”. Mas, em alguns raros casos, somos surpreendidos e nossas expectativas não só são alcançadas, como superadas. Acredito que Heaven's Feel tenha capacidade pra isso. A série sempre foi incrível e, aqui, parece que seus pontos positivos vão a um nível além, com personagens que há tempos mereciam um destaque maior, e com a volta de Yuki Kajiura na música, tenho certeza de que não me decepcionarei.


Nível de expectativa: Baixo             Médio             Alto                Altíssimo

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